Aqui estou eu, entrando nos 70. Eu não pensava chegar nele tão rapidamente. Desta vez, contudo, não fui pega de surpresa, como nos cinquenta e
Tempo de envelhecer…
Tudo tem seu tempo. Tempo de nascer, tempo de amadurecer e tempo de envelhecer. Mas, quando este tempo chega – o do envelhecimento, paramos, às vezes espantados, atônitos. Como ele chegou tão depressa? Até então, eram os outros que estavam envelhecendo. Há um estranhamento. Questões, sentimentos que nunca fizeram parte das nossas reflexões, afloram. Projetos esquecidos, sonhos não realizados retomam a nossa mente. A certeza de que o tempo é exíguo e o fim próximo não são mais uma sensação, mas algo bem real.
É claro que os avanços tecnológicos, as descobertas da medicina, os estudos e pesquisas sobre o envelhecimento surgidos nos últimos tempos, vêm revolucionando o conceito de velhice. Hoje as pessoas vivem mais e melhor, com o direito a gerenciar a própria vida e fazer suas escolhas.
Mas, apesar de todo o progresso certas limitações são reais. Vivendo mais podemos, sim, ser mais sujeitos a doenças como depressão, Alzheimer. A morte ainda nos ronda, pois a ciência ainda não descobriu o elixir da vida eterna.
Este é um blog pessoal. Não tenho a pretensão de fazer um estudo aprofundado, indicar caminhos ou soluções para se atingir uma velhice plena e saudável. Existe todo um conhecimento sendo disseminado sobre o tema. O que busco é entender essa nova fase da minha vida – a velhice -, olhar de frente os sentimentos e desconfortos que ela me provoca, os limites que ela me impõe. Mas, também, saber como ressignificá-la à luz de um novo tempo, para poder continuar vivendo e ser feliz.
Se envelhecer é um processo natural e não há como fugir, precisamos refletir e falar, sem rodeios, a respeito. Temos que saber se estamos preparados para esse momento da vida. Conhecer o que pensamos e sentimos a respeito. E, antes de tudo, deixar os sentimentos aflorar. Somente esse conhecimento vai nos ajudar a fazer escolhas mais verdadeiras sobre como queremos envelhecer.